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V CONGRESSO INTERNACIONAL EM ESTUDOS DE GÉNERO
NO CONTEXTO ITALIANO E EM LÍNGUA PORTUGUESA
 
FACULDADE DE LETRAS - UNIVERSIDADE DE LISBOA
7-8-9 NOVEMBRO 2018

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Da criação do nosso projeto, iniciado em Lisboa em 2014, do qual resultou a realização de quatro congressos (em Lisboa, Nápoles, Lisboa e Viterbo), envolvendo participantes de todo o mundo e a publicação de dois ebooks, entre outras iniciativas, muito discutimos sobre as problemáticas de género na língua, literatura e cultura de países falantes da língua portuguesa e italiana. A realização deste V Congresso Internacional em Estudos de Género no contexto italiano e em língua portuguesa propõe alargar esses debates e reflexões.

O próprio termo género tem gerado diversas conjeturas. Por exemplo, na língua inglesa, gender foi um termo que surgiu desde a década de 70, na senda dos movimentos feministas, e foi, posteriormente, adotado pelos cientistas sociais nos anos 80 do século XX, para se referirem à construção social em torno do masculino e do feminino, analisada sob a ótica de diferentes culturas. Contudo, seria em 1968, com Sex and Gender de Richard Stoller, que se assinalaria a origem deste conceito, problematizado, depois, pelos estudos feministas e pelas teorias queers. Lembremo-nos que, em português e em italiano, a palavra parece passar por alguma indefinição, registada em dicionários, já que, nessas línguas, gender (ou melhor dizendo, a sua tradução: género/genere) pode ter diferentes acepções, percorrendo o campo literário e gramatical e inclusive designar gosto, classe ou estilo.

Aliás, nas línguas românicas, o termo genere/género, e ao contrário do inglês gender, não contém o conceito de neutro; ou seja, ignora a existência de outra condição além do masculino e do feminino, porque tal conceito não faz parte das culturas neolatinas. Assim, género/genere parece definir uma estrutura dicotómica, puramente binária, gerando imensas confusões, principalmente quando os Estudos de Género se ocupam de contextos trans-género, e não binários.

Esta mudança e flutuação do conceito acontecem, segundo Judith Butler, porque para cada sociedade e contexto histórico esse vocábulo é entendido de modos diferentes, sendo uma das propostas centrais de Butler no seu famoso texto Gender Trouble (1990), a de desconstruir o conceito divisório entre género e sexo, termos que podem ser tomados como sinónimos, mas que de facto não o são.

Quando falamos de sexo, de facto, falamos de um conjunto de características biológicas, hormonais e físicas que definem a pessoa como homem, mulher ou intersexo. Quando falamos de género falamos de construções sociais, muitas vezes impostas culturalmente. Por isso, o conceito de género é fluido, depende da época histórica, do ambiente cultural, do país.

A antropóloga americana Gayle Rubin (1975) usa pela primeira vez a expressão “sex/gender system”, que, como ela afirma, é “the set of arrangements by which a society transforms biological sexuality into products of human activity, and in which these transformed sexual needs are satisfied.” Mas será Joan Scott (1989) a dar à palavra a sua definitiva afirmação, analisando a diferença entre sexo e género dum ponto de vista histórico-social partindo da análise linguística.

Para alargar o debate e discutir sobre a importância que os Estudos de Género têm vindo a assumir num momento histórico tão difícil do ponto de vista político e do reconhecimento dos direitos humanos, nessa V edição privilegiamos comunicações que foquem os seguintes temas:

 

  1. A condição feminina no mundo lusófono e italiano: violência, abusos, direitos e desigualdades;

  2. Língua, linguagem e género(s) nas línguas italianas e portuguesa;

  3. Escritoras e personagens femininas na literatura italiana e/ou nas literaturas em língua portuguesa;

  4. Escritores que falam de mulheres na literatura italiana e/ou nas literaturas em língua portuguesa;

  5. Além da biologia: identidades trans-género e não binarias;

  6. Teoria dos Feminismos, teoria queer e gay’s studies;

  7. Infância, educação e estereótipos.

  8. O conceito e a construção da masculinidade e da feminilidade na sociedade lusófona e italiana.

  9. Género(s) e cultura (música, banda desenhada, cinema, artes plásticas sob a ótica do género).

  10. Mass Media e questões de género.

 

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V CONGRESSO INTERNAZIONALE SUGLI STUDI DI GENERE I
IN AMBITO ITALIANO E LUSOFONO
Faculdade de Letras - Universidade de Lisboa
7-8-9 novembre 2018

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Dalla creazione del nostro progetto, in seguito al quale sono stati organizzati, tra i vari eventi, quattro Congressi Internazionali (a Lisbona, a Napoli, nuovamente a Lisbona e a Viterbo) e pubblicati due ebook, molto si è discusso sulle problematiche riguardanti il genere nella lingua, nella letteratura e nella cultura italiana e dei Paesi di lingua portoghese.

Questo V Congresso Internazionale sugli Studi di Genere in ambito italiano e lusofono si propone di allargare tali dibattiti e riflessioni.

Il termine stesso, genere, ha provocato diverse perplessità. In inglese, ad esempio, la parola gender viene usata fin dagli anni ’70 all’interno dei movimenti femministi, per essere poi, negli anni ’80, adottata dagli studiosi di scienze sociali per riferirsi alla costruzione sociale del maschile e del femminile.

In realtà, il concetto insito nella parola era già stato introdotto nel 1968 da Richard Stoller nel suo libro Sex and Gender e solo più tardi problematizzato dagli studi femministi prima e dalle teorie queer poi.

Ricordiamo che, sia in portoghese che in italiano, la parola sembra passare attraverso una certa indefinitezza, anche perché in entrambe le lingue gender (o meglio, la sua traduzione come género/genere) può assumere diversi significati che attraversano tutti i campi del sapere, da quello letterario a quello grammaticale a quello lessicale, arrivando a essere sinonimo, a seconda dei contesti, di gusto, classe, stile.

In ambedue le lingue romanze, infatti, il termine genere/género, al contrario di quel che accade con l’inglese gender, indica una categoria che non ammette il neutro tra le proprie articolazioni, ignorando, di fatto, l’esistenza di una condizione ‘altra’ rispetto al maschile e al femminile, per la semplice ragione che tale modalità non è concettualizzata dalle culture neolatine.

In questo modo género/genere sembra definire una struttura dicotomica, puramente binaria, dando luogo a pericolose confusioni, principalmente quando gli Studi di Genere si occupano di contesti transgenere e non binari.

Questa interpretazione fluida del concetto si deve a una sua percezione variabile a seconda del contesto storico-sociale, mentre, come propone Judith Butler in Gender Trouble (1990), è necessario decostruire il concetto di genere e differenziarlo da quello di sesso, termini troppo spesso intesi come sinonimi quando in realtà non lo sono.

Quando parliamo di sesso, infatti, parliamo di un insieme di caratteristiche biologiche, ormonali e fisiche che definiscono la persona come maschio, femmina o intersessuale.

Quando parliamo di genere, invece, parliamo di costruzioni sociali, molte volte culturalmente imposte. L’antropologa americana Gayle Rubin (1975) usa per la prima volta l’espressione sex/gender system, che definisce come “the set of arrangements by which a society transforms biological sexuality into products of human activity, and in which these transformed sexual needs are satisfied”. Mas sarà Joan Scott (1989) a dare alla parola gender la sua definitiva affermazione, analizzando i due termini dal punto di vista storico e sociale oltre che linguistico.

Per continuare ad ampliare il dibattito e discutere sull’importanza che gli Studi di Genere assumono oggi, in un momento storico così complicato dal punto di vista politico e del riconoscimento dei diritti umani, in questa V edizione chiediamo di focalizzare la discussione sui seguenti temi:

 

  1. La condizione femminile nel mondo lusofono e italiano: violenza, abusi, diritti e disuguaglianze;

  2. Lingua, linguaggi e genere in italiano e portoghese;

  3. Donne e scrittura nella letteratura italiana e/o nelle letterature in lingua portoghese;

  4. Personaggi femminili nelle opere di scrittori italiani e/o in lingua portoghese;

  5. Oltre la biologia: identità trans-genere e non binarie;

  6.  Teorie femministe, teoria queer, gay’s studies;

  7.  Infanzia, educazione e stereotipi;

  8. Il concetto e la costruzione della maschilità e della femminilità nella società italiana e lusofona;

  9. Genere(i) e cultura: musica, fumetti, cinema, arti plastiche in un’ottica di genere;

  10. Mass Media e questioni di genere.

 

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